segunda-feira, 29 de março de 2021

O Poder das Idéias As Traduções com Objetivos Políticos de Carlos Lacerda

Ronaldo Costa Couto, em sua História indiscreta da ditadura e da abertura: Brasil 1964-1985, página 50 e 51, traz um registro a respeito da rivalidade entre Lacerda e Goulart. A obra apresenta relatos que mostram que Goulart não se preocupava com a Nação e por isso a sua deposição não lhe abalara tão profundamente. Destaca a preocupação de Goulart com a ascensão política de Lacerda, num depoimento de Celso Furtado:

O comportamento dele (Jango) foi ditado pelas relações com o Carlos Lacerda. Pela confrontação dele com o Lacerda. Da última vez que estive com ele, eu lhe disse: "Mas, Presidente, o senhor precisa definir sua posição!" Porque ele não sabia. Estava o país diante de uma eleição presidencial, com candidatos definidos, e ele numa situação ambígua, dançando numa corda bamba. Eu disse: "O senhor tem que, pelo menos, definir claramente sua posição de que se Lacerda for eleito, ele tomará posse. Será o presidente do Brasil se for eleito". Toquei no ponto sensível dele. Ele olhou para mim: "Celso, esse é o assassino do doutor Getúlio. Esse não". Portanto, o jogo dele era para evitar a eleição de Lacerda. Não estava pensando no Brasil não. Não tinha projeto, uma candidatura para sucessão. Ele só tinha um problema: era botar terra nos olhos de Lacerda. Quer dizer, dificultar para o Lacerda. (Depoimento tomado em 1/02/95). (COUTO, 1998). 

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